Acredito que tenha sido na biblioteca onde eu escutei a noticia que mudaria minha vida. Acostumava-me ir lá, único lugar calmo em todo castelo de Breine, um paraíso para gente como eu, além disso os idiotas geralmente não apreciam o habito da leitura. Tudo era perfeito dentro das paginas, mesmo as intrigas e mortes eram controladas, iam de acordo com um determinado enredo, dentro de um determinado plano do autor. Se você para pra pensar as pessoas também são assim, cheias de planos e suas personalidades estabelecem um enredo para realizarem um desejo.
De qualquer forma, um serviçal bateu na porta avisando que o momento chegara. Eu temia por aquilo por muito tempo, na época eu deveria ter meus dez ano, um garoto com medo suficiente de perder a mãe. Meu pai havia sido assassinado quando eu tinha cinco, foi realmente uma manhã de horrores, minha queria progenitora acorda com seu marido ensanguentado e sua garganta havia uma entrada de tamanho considerável. As lembranças que tenho dele não são agradáveis então agradeço de não te-lo por perto.
Vi-me correndo entre os corredores daquele maldito castelo, odiava cada bloco dali, sua nobreza de porcos e seu rei espantalho. Tudo era tão longe e naquele dia cada passo parecia me levar em uma direção oposta. Eles não deixaram que eu ficasse com ela ali no fim, só quando a "hora" chegasse, e isso me irrita até hoje, quem são eles para definirem para onde eu irei e com quem devo ficar. Eu sabia o que era morte, já a presenciei mais do que qualquer um ali. As pessoas me acompanhavam com o olhar enquanto eu subia as escadas, malditos esnobes, suas cabeças ainda serão minha.
Minha mãe estava no terceiro andar, os curandeiros a visitavam com certa frequência e suas "amigas" sempre estavam lá como parasitas. Abri a porta e lá estava ela, linda como a chuva, e pálida como mármore, deitada em sua cama com um homem de pé segurando incenso, balançando para lá e para cá, um ritual para que ela fosse em paz, francamente até os dias de hoje acho isso ridículo. Sentada na beirada da cama estava Stefie, a princesa de toda Thidien. Tínhamos uma certa ligação, nessa época ela devia ter seus dezesseis anos e sempre procurava mihna mãe por conselhos e para fofocarem.
Stefie me olhou com tristeza quando entrei no quarto, ela já me esperava e até os dias de hoje acredito que tudo nela naquele dia foi ensaiado. Éramos amigos até certo ponto, ela me tratava como se fosse uma criança e eu a tratava como se fosse uma fada, no fundo sempre levei esse nosso relacionamento como uma batalha, talvez por muito tempo ela tenha me levado pouco a serio. Me aproximei da cama, ignorei as outras pessoas da sala que não tivessem dado a luz a mim. Eu queria chorar, mostrar para minha mãe que eu me importava com ela, mas nunca demonstraria fraqueza para aquelas pessoas ali, meu arrependimento por isso me corroí até meus dias atuais.
- Minha queria mãe - Disse tentando parecer afável, mas tentando não deixar minha voz falhar - Estou aqui para a senhora.
Ela tossiu um pouco, enquanto segurava o lenço em sua boca pude perceber que o sangue impregnava até mesmo o tecido dos lençóis. Stefie levantou-se para ajudar minha mãe.
- Alandra - Disse Stefie, sua voz era doce como o canto de uma sereia - você deseja mais um Apalzo?
- Não minha querida - respondeu minha mãe quase inaudível - Meu melhor remédio já esta aqui.
- Estou minha queria mãe - respondi sem tirar os olhos dela.
- Ela continua muito teimosa Janus - Disse Stefie - Mesmo assim sua atitude é de uma verdadeira rainha.
Pude sentir o veneno em suas palavras, a grandiosa princesa sempre fora assim uma voz gentil, um rosto angelical, mas sempre que tecia elogios a mim ou a minha mãe um pouco de escárnio escorria por suas presas. Eu sinceramente já estava farto daquele teatro, aquela pompa podia servi para ela, mas para mim, naquele momento o que mais importava era minha mão.
- Ele sempre será mais do que isso - respondi trocando piscadelas com minha mãe, nosso pequeno código - ela é uma deusa diante de mortais que não compreendem sua beleza ou inteligência.
- Meu querido Janus - Disse minha mãe debilmente - gostaria de lhe pedir um favor...cof antes que minhas forças me deixem.
- Não fale assim mãe, ainda tens muito há viver.
- Deixe a falar - disse Stefie, como se ansiasse por aquilo - Pequeno tigre.
Odiava aquele apelido, basicamente todo castelo rira de mim no dia que meu querido pai tinha voltado de uma campanha com um "presente", um tigre capturado em terras longínquas. Fui colocado próximo a jaula da besta por um bom tempo, sendo segurado pelo pescoço, sendo erguido do chão, enquanto chorava, berrava e me debatia para sair dali o tigre tentava me agarrar com suas garras e presas. Até hoje me lembro nitidamente daquele olhar, feroz, brutal, puro. Com o tempo virei o pequeno tigre, uma forma de caçoarem de minhas fraquezas.
- Meu garoto....cof - continuou Alandra - você será responsabilidade da coroa agora meu garoto maravilhoso.
-O que! - Aquilo realmente não era minha mãe falando, odiávamos a coroa
- Esta tudo bem - disse ela me olhando firmemente - As coisas vão dar certo.
Me afastei, me imaginei naquele cenário. Participar daquela corte, sentir o escárnio todos os dias, ter de bajular para conseguir o que eu quero. Não, eu preferia fugir, o ouro de minha família nunca seria deles, derrubaria aquele castelo inteiro, tijolo por tijolo antes de ver um centavo meu com eles.
- Janus, meu maravilhoso filho, venha até mim.
- Estou minha queria mãe - respondi sem tirar os olhos dela.
- Ela continua muito teimosa Janus - Disse Stefie - Mesmo assim sua atitude é de uma verdadeira rainha.
Pude sentir o veneno em suas palavras, a grandiosa princesa sempre fora assim uma voz gentil, um rosto angelical, mas sempre que tecia elogios a mim ou a minha mãe um pouco de escárnio escorria por suas presas. Eu sinceramente já estava farto daquele teatro, aquela pompa podia servi para ela, mas para mim, naquele momento o que mais importava era minha mão.
- Ele sempre será mais do que isso - respondi trocando piscadelas com minha mãe, nosso pequeno código - ela é uma deusa diante de mortais que não compreendem sua beleza ou inteligência.
- Meu querido Janus - Disse minha mãe debilmente - gostaria de lhe pedir um favor...cof antes que minhas forças me deixem.
- Não fale assim mãe, ainda tens muito há viver.
- Deixe a falar - disse Stefie, como se ansiasse por aquilo - Pequeno tigre.
Odiava aquele apelido, basicamente todo castelo rira de mim no dia que meu querido pai tinha voltado de uma campanha com um "presente", um tigre capturado em terras longínquas. Fui colocado próximo a jaula da besta por um bom tempo, sendo segurado pelo pescoço, sendo erguido do chão, enquanto chorava, berrava e me debatia para sair dali o tigre tentava me agarrar com suas garras e presas. Até hoje me lembro nitidamente daquele olhar, feroz, brutal, puro. Com o tempo virei o pequeno tigre, uma forma de caçoarem de minhas fraquezas.
- Meu garoto....cof - continuou Alandra - você será responsabilidade da coroa agora meu garoto maravilhoso.
-O que! - Aquilo realmente não era minha mãe falando, odiávamos a coroa
- Esta tudo bem - disse ela me olhando firmemente - As coisas vão dar certo.
Me afastei, me imaginei naquele cenário. Participar daquela corte, sentir o escárnio todos os dias, ter de bajular para conseguir o que eu quero. Não, eu preferia fugir, o ouro de minha família nunca seria deles, derrubaria aquele castelo inteiro, tijolo por tijolo antes de ver um centavo meu com eles.
- Janus, meu maravilhoso filho, venha até mim.
Ela tentou se inclinar, mas prontamente ajustei seus travesseiros. Ela colocou sua mão muito debilmente envolta de meu pescoço, puxou fracamente meu rosto para perto dela. Virei meu ouvido em direção a sua boca.
- Cuidado jovem - disse o curandeiro - A doença pode ser contagiosa.
Ignorei seus conselhos, para mim ele mesmo pode te-la envenenado e chamado aquilo de doença. Me foquei nas ultimas palavras dela, a única em quem eu confiava. Ela falou devagar, não como se aquilo fosse tudo o que pudesse fazer, mas como se cada palavra valesse:
- Eles virão atrás de você meu filho, cada centavo nosso não deve ir para a coroa, você é esperto ... cof.... cof.... saia do castelo ainda hoje..... no mais tardar amanhã. Nossas riquezas irão pelos tuneis que já lhe mostrei ....cof .... cof.... vá até Cradus, um amigo o espera lá, ele é de confiança, Theus é seu nome ... .... não mostre para ele nosso segredo... Eu te amo meu filho, mais do que qualquer coisa neste mundo... cof ......... esqueça de mim e vá.
Me arrependo de não ter chorado naquele dia, se já disse isso antes me perdoe, mas no mundo em que vivo ter o privilegio de chorar é raro. Stefie pareceu curiosa, se ajeitando na cadeira, tentando nos escutar eu acredito. O curandeiro estava na porta, como um cão de guarda, tinha espalhado toda aquela fumaça pelo lugar e o cheiro já estava me incomodando. Levantei e disparei para fora dali, empurrei o curandeiro e abri a porta com certa violência, pude escutar Stefie falando atrás de mim antes de bater a porta:
- Janus, sua mãe..........Janus!!!
Não escutaria aquela voz por muito tempo. Corri até os jardim, peguei a caixa que minha mãe tinha me dado meses antes e tínhamos escondido no fundo o labirinto de cercas vivas. Era pequena, cabia na palma da mão, mas o que tinha dentro resumia nossa família. Corri mais uma vez até as catacumbas, e pressionei o quatro da esquerda para direita bloco da ultima linha do chão. A parede se desprendeu e pude empurra-la com uma determinada dificuldade, ouvi vozes me chamando ali perto, então agilizei meus passos. Fechei a passagem atrás de mim e a escuridão me tomou.
O segredo era as elevações de blocos no chão, as elevações nas paredes tinham pequenos sinais em braile que registravam pequenas mensagens. Eu não tinha altura suficiente para ler todas ali, mas soube que minha família, a família Undergate tinha mais segredos do que gostaríamos de ter. Meu olhos estavam inundados, cada passo que eu dava sentia o peso de tudo que vivi ali, senti o peso de abandonar minha mãe em seu leito de morte, mas eu não tive coragem de esperar o.... fim e tinha muito medo de morrer ali sem ter conquistado nada.
Segui por horas até escutar algumas vozes e o som característico do ouro. Abri novamente uma passagem no fundo de um determinado corredor e estava em uma doca escondida embaixo do castelo, os homem que ali estavam se espantaram pela minha chegada, mas já estavam prontos para me recepcionar depois do susto. Eram quatorze homens, todos com espadas e em sua maioria com roupas de plebe, mas um deles usava roupas nobres. Após eles se curvarem a mim esse homem se aproximou:
-Meu senhor - disse ele - Me chamo Neiros, serei seu guardião enquanto o senhor desejar.
-O qu... o que é isso? - Perguntei, já sabia a resposta, mas minha mente estava em outro lugar no momento.
- Somos sua guarda meu senhor - continuou o homem - Sua escolta para fora desse lugar esquecido pelos deuses.
- Entendo..... Para onde iremos daqui Neiros?
- Para Darna meu senhor, a cidade dos sonhos.